Carlos Castelo

Crônicas publicadas no projeto.

É campeã!

Foi num tempo nada politicamente correto. Eu tinha dez anos e uma grande expectativa: nossa 5ª A jogaria uma partida de futebol contra a 5ª B – o evento seria em homenagem ao Dia das Mães. A apreensão estava ligada a meu desempenho esportivo. Nunca fui bom em Educação Física. Em futebol, então, era uma espécie de anti-Garrincha: surpreendia –

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Carlos Castelo

Um rei no corredor

Como muita gente está colocando suas selfies ao lado de Pelé e o homenageando com textos, também vou dar a minha palhinha. Vi o Rei por duas vezes. A primeira foi na agência de publicidade Jarbas. Tinham a conta do Café Cacique e, uma tarde, Edson apareceu por lá em sua Mercedes-Benz. Soube que foi um momento de caixa baixa

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Carlos Castelo

Nós e os hermanos

Eles têm Evita A gente tem Anita Garibaldi Eles têm Che A gente, o Lamarca Eles têm Gardel A gente, João Gilberto Eles têm Piazzolla A gente, Tom Jobim Eles têm Mercedes Sosa A gente, a Elis Eles têm Borges A gente tem Rosa Eles têm Bioy Casares A gente, Machado de Assis Eles têm Papa Francisco A gente, padre

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Carlos Castelo

20 máximas catadas sobre a Copa do Catar

– Conclusão sobre a participação do Brasil na Copa do Catar: se convocassem o time do Santos, no lugar da seleção, seríamos campeões. – Estamos vingados. Numa Copa, a Alemanha perder de 2X1 para o Japão equivale àquele 7X1 no Brasil. – Primeiro, aqui acabou a F-1. Depois o tênis, o vôlei, o futebol. Agora, só falta acabar o jogo

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Carlos Castelo

Bendito futebol, maldito racismo

O Brasil ia participar do campeonato sul-americano na Argentina em 1921. Membro de honra da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), e presidente da República, Epitácio Pessoa, teria ordenado um time só de brancos para representar o país. Lima Barreto então escreveu um artigo na revista Careta, no dia 1º de outubro daquele ano. O título: Bendito football. Como é um texto bem longo para

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Carlos Castelo

Diários do Castelo na Copa – 4

Cativeiro, teu nome é surpresa. Pois não é que um dia após eu escrever que o sequestro estava em compasso de espera, nos soltaram? Na verdade, não foi bem uma libertação. Ao sairmos da tenda para lavar o rosto, não havia mais ninguém no acampamento. Os terroristas tinham se escafedido. Imagino que souberam de algo e puxaram a pick-up. Comecei

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Carlos Castelo

DIÁRIOS DO CASTELO NA COPA – 3

Infelizmente, o Galvão não teve acesso ao vídeo que mandei à Rede Globo. Nele, um rapagão mascarado do Talibã me jogava no lago de um oásis, de bruços, amarrado a 30 bolas de futebol. Antes, eu dizia à câmera, chorando: “se o Irã não ganhar a Copa, vão me deixar boiando aqui pra sempre”. Era a condição da rapaziada aqui

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Carlos Castelo

A magia da Copa

Mineirão, 8 de julho de 2014. Eu era um dos 58.141 pagantes no Brasil X Alemanha. Tudo ia bem quando, aos 11 minutos, Thomas Müller marcou contra a Seleção. Deu-se o apagão. Uma energia muito pesada caiu sobre o lugar. Não saberia defini-la em palavras, nem usando a linguagem poética. Nesse momento, um homem alto, cabeça coberta por um capuz

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Carlos Castelo

Diários do Castelo na Copa – 2

Como a Copa não começava decidi conhecer o Deserto das Arábias. Imaginava que fosse grande, mas aquilo é uma enormidade: o Pantanal, perto dele, é um Piscinão de Ramos. Acabei me perdendo. O jipe que aluguei era coberto por seguro antirroubo, anticolisão, antichamas, mas ficou coberto de areia, até o teto, e isso o seguro não cobre.   Sou meio

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Carlos Castelo

Diários do Castelo na Copa

Cheguei ontem ao Catar. Já era para ter postado algo no Crônicas da Copa, mas houve um pequeno entrevero no aeroporto. Desci da aeronave segurando uma lata de cerveja e fui preso. Após o pagamento da fiança me colocaram em liberdade. Só que a delegacia ficava no meio do deserto. Vocês não imaginam o que é arrumar um Uber num

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Crônicas publicadas no projeto.

É campeã!

Foi num tempo nada politicamente correto. Eu tinha dez anos e uma grande expectativa: nossa 5ª A jogaria uma partida de futebol contra a 5ª B – o evento seria em homenagem ao Dia das Mães. A apreensão estava ligada a meu desempenho esportivo. Nunca fui bom em Educação Física. Em futebol, então, era uma espécie de anti-Garrincha: surpreendia – só que no mau sentido. Naqueles tempos já existia Transtorno

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Um rei no corredor

Como muita gente está colocando suas selfies ao lado de Pelé e o homenageando com textos, também vou dar a minha palhinha. Vi o Rei por duas vezes. A primeira foi na agência de publicidade Jarbas. Tinham a conta do Café Cacique e, uma tarde, Edson apareceu por lá em sua Mercedes-Benz. Soube que foi um momento de caixa baixa na carreira dele e, quando isso acontecia, pintava um redator

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Nós e os hermanos

Eles têm Evita A gente tem Anita Garibaldi Eles têm Che A gente, o Lamarca Eles têm Gardel A gente, João Gilberto Eles têm Piazzolla A gente, Tom Jobim Eles têm Mercedes Sosa A gente, a Elis Eles têm Borges A gente tem Rosa Eles têm Bioy Casares A gente, Machado de Assis Eles têm Papa Francisco A gente, padre Lancellotti Eles têm futebol A gente tem outros assuntos pra

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20 máximas catadas sobre a Copa do Catar

– Conclusão sobre a participação do Brasil na Copa do Catar: se convocassem o time do Santos, no lugar da seleção, seríamos campeões. – Estamos vingados. Numa Copa, a Alemanha perder de 2X1 para o Japão equivale àquele 7X1 no Brasil. – Primeiro, aqui acabou a F-1. Depois o tênis, o vôlei, o futebol. Agora, só falta acabar o jogo do bicho. – Pelo menos não passamos o vexame de

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Bendito futebol, maldito racismo

O Brasil ia participar do campeonato sul-americano na Argentina em 1921. Membro de honra da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), e presidente da República, Epitácio Pessoa, teria ordenado um time só de brancos para representar o país. Lima Barreto então escreveu um artigo na revista Careta, no dia 1º de outubro daquele ano. O título: Bendito football. Como é um texto bem longo para os padrões da crônica de 2022, tomei a liberdade de

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Diários do Castelo na Copa – 4

Cativeiro, teu nome é surpresa. Pois não é que um dia após eu escrever que o sequestro estava em compasso de espera, nos soltaram? Na verdade, não foi bem uma libertação. Ao sairmos da tenda para lavar o rosto, não havia mais ninguém no acampamento. Os terroristas tinham se escafedido. Imagino que souberam de algo e puxaram a pick-up. Comecei a abraçar o Canarinho, aliviado e feliz. Só que ele

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DIÁRIOS DO CASTELO NA COPA – 3

Infelizmente, o Galvão não teve acesso ao vídeo que mandei à Rede Globo. Nele, um rapagão mascarado do Talibã me jogava no lago de um oásis, de bruços, amarrado a 30 bolas de futebol. Antes, eu dizia à câmera, chorando: “se o Irã não ganhar a Copa, vão me deixar boiando aqui pra sempre”. Era a condição da rapaziada aqui para me soltarem do cativeiro no deserto da Arábia. Em

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A magia da Copa

Mineirão, 8 de julho de 2014. Eu era um dos 58.141 pagantes no Brasil X Alemanha. Tudo ia bem quando, aos 11 minutos, Thomas Müller marcou contra a Seleção. Deu-se o apagão. Uma energia muito pesada caiu sobre o lugar. Não saberia defini-la em palavras, nem usando a linguagem poética. Nesse momento, um homem alto, cabeça coberta por um capuz negro, ficou bem próximo de mim. Enquanto todos amaldiçoavam o

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Diários do Castelo na Copa – 2

Como a Copa não começava decidi conhecer o Deserto das Arábias. Imaginava que fosse grande, mas aquilo é uma enormidade: o Pantanal, perto dele, é um Piscinão de Ramos. Acabei me perdendo. O jipe que aluguei era coberto por seguro antirroubo, anticolisão, antichamas, mas ficou coberto de areia, até o teto, e isso o seguro não cobre.   Sou meio claustrofóbico, confesso. Quando vi aquele areal todo em cima do

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Diários do Castelo na Copa

Cheguei ontem ao Catar. Já era para ter postado algo no Crônicas da Copa, mas houve um pequeno entrevero no aeroporto. Desci da aeronave segurando uma lata de cerveja e fui preso. Após o pagamento da fiança me colocaram em liberdade. Só que a delegacia ficava no meio do deserto. Vocês não imaginam o que é arrumar um Uber num areal daqueles. Acabei perdendo a paciência, aluguei um camelo e

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